Prévia do material em texto
Teoria Cromatografia de Íons Bruno Fernando Moreira * * O que é cromatografia? Método físico-químico de separação de dois ou mais compostos (analitos) diferentes para análises qualitativas ou quantitativas. * * O que é cromatografia? A separação depende da diferença de comportamento do(s) analito(s) entre as duas fases, móvel e estacionária. A interação analito / fase móvel / fase estacionária depende das forças intermoleculares, como iônica, apolar, e efeitos de afinidade e solubilidade. Método desenvolvido por Mikhail Tswett (1903), que consistia na separação de pigmentos vegetais presentes em um extrato de plantas. A mistura apresentava uma única coloração inicial, mas quando passada por uma coluna esta se decompunha em várias cores diferentes. Histórico * * Experimento de Tswett Fase Estacionária CaCO3 Fase Móvel Éter de petróleo Amostra Extrato vegetal Experimento de Tswett Definição Método físico-químico de separação de misturas. Presença de duas fases: Estacionária e móvel. Separação devido à diferença de interação entre as substâncias e as duas fases. Análise qualitativa e/ou quantitativa. Classificação Cromatografia em coluna Cromatografia gasosa Fase Reversa Iônica Fase normal Cromatografia líquida Exclusão molecular Cromatografia supercrítica Componentes de um cromatógrafo 1 - Eluente 3 - Injetor 5 - Coluna 2 - Bomba 4 - Amostra 6 - Detector Comparação HPLC X IC Eluente Fase móvel: transporte dos analitos; Competição íons do eluente com íons da amostra. * * Eluente Compatibilidade com detecção; Natureza química e concentração; Utilização de água ultrapura; pH; Força de eluição; Modificadores orgânicos (acetona, acetonitrila); Isocrática ou Gradiente; Eluentes com Complexantes. * * Tipos de eluentes ânions (I) ácido Ftálico; ácido Salicilico; ácido p-Hidroxibenzoico; ácido Benzoico; Borato; Borato/Gluconato; Hidróxido de Potássio; ... ânions (II) Carbonato / Bicarbonato; Hidróxido de Potássio; Borato. cátions (I) Ácido Nítrico; Ácido Tartarico; Ácido Tartarico / Ácido Dipicolínico; Ácido Tartarico / Ácido Cítrico; Dihidrogeno Fosfato de Sódio; Ácido Oxálico / Etileno Diamina / Acetona; ... * * Bomba de eluentes Fabricada em PEEK, material com alta resistência, inerte ao ataque de compostos iônicos; Dispensa o uso de gases externos; Duplo pistão: menor ruído; Deve possuir dispositivo para purga, visando preenchimento completo de líquido nos capilares. Válvula de injeção Válvula de 6 vias; Loop (alça de amostragem). Posição Fill (Preenchimento do loop) Posição Inject (Injeção da amostra) * * Coluna e pré-coluna Evita contaminação da coluna; Pré: mesmo material da coluna; Coluna de guarda: material diferente. Promove a separação dos íons; Formada por material polimérico compactado (PDVB/PS, SiO2, PMMA, Polivinil-álcool e outros), com terminais positivos (R-NH3+) ou negativos (R-SO3-). Coluna ou Fase estacionária um substrato ou imobilizador um grupo espaçador um grupo com capacidade de separação Substratos Poliestireno/divinilbenzeno Polimetacrilato Silicato / sílica gel Hidroxietilmetacrilato (HEMA) Trocadores Aniônicos quarternário de amônio aminas alquílicas hidroxi alquilaminas aminas alquílicas com acrilato (tipo “crosslink”) Trocadores Catiônicos grupos sulfonados grupos carboxilatos Espaçadores cadeia alquílica Reação de Troca Iônica Fraca interação iônica com a fase estacionária. Coluna com grupo quaternário de amônio: separação de ânions por troca iônica * * Coluna com grupo sulfônico: separação de cátions por troca iônica Fraca interação iônica com a fase estacionária. Reação de Troca Iônica Exclusão Iônica Coluna com grupo sulfônico: separação de ácidos orgânicos por exclusão iônica Adicionando íons H+ há a formação de uma membrana polar (Membrana de Donnan). Componentes de um cromatógrafo Supressor Químico Para analise de ânions, reduz a condutividade do eluente através de troca catiônica. * * Coluna Analítica FM (Na2CO3) Amostra F-, Cl-, SO4-2 NaF, Na2CO3, NaCl, Na2SO4 * * * * Supressor Químico Dispositivo capaz de registrar a passagem, em fluxo, de um composto presente no eluente. Características: - Temperatura estabilizada; - Partes em contato com líquidos (eluente e os compostos separados pela coluna) devem ser inertes; - Menor caminho possível após a coluna cromatográfica. Detector Coluna Detector Monitor Principio Coluna Detector Monitor Principio Coluna Detector Monitor Principio Coluna Detector Monitor Principio Coluna Detector Monitor Principio Coluna Detector Monitor Principio Coluna Detector Monitor Principio Coluna Detector Monitor Principio Coluna Detector Monitor Principio Coluna Detector Monitor Principio Coluna Detector Monitor Principio Coluna Detector Monitor Principio Coluna Detector Monitor Principio Coluna Detector Monitor Principio Coluna Detector Monitor Observar a separação dos analitos Detecção por Condutividade; Detecção por Amperometria: - Potencial Fixo; - Pulsada; Detecção por UV-Vis: - Direta; - Com reação Pós-Coluna; Tipos de Detecção Condutimetria = medida de condutividade; Aplicação de campo elétrico; Ânions migram para o Ânodo; Cátions migram para o Cátodo; Corrente alternada; Medida da resistência elétrica da solução. Detector Condutimétrico R = resistência [] Kc = Constante da Célula [1/cm] = Condutividade [1/ ou S] Distância L Área A * * Detector Espectrofotométrico (UV – Vis) Lei de Lambert - Beer * * Detector Espectrofotométrico (UV – Vis) Utilizado para íons com absorbância em um determinado comprimento de onda. Ex.: nitrito, nitrato, brometo; Muito utilizado para eliminar interferência de analitos não ativos (cloreto); Eluente deve absorver no UV ou Vis. Lei de Lambert - Beer * * Detector Espectrofotométrico (UV – Vis) com PCR Determinação com seletividade; Necessidade de reagentes específicos; Sistema de complexação; Depende da combinação reagente – eluente. Lei de Lambert - Beer * * Detector Espectrofotométrico (UV – Vis) Lei de Lambert - Beer Cromóforo = substâncias capazes de absorver energia na região do UV-Vis e excitar-se para emitir diversas cores. * * Detector Amperométrico Fixo - DC Um potencial definido é aplicado em um sistema de três eletrodos (trabalho, referência e auxiliar). Este potencial oxida ou reduz o analito, promovendo uma reação na superfície do eletrodo de trabalho com transferência de elétrons, sendo detectada a corrente resultante; Larga variedade para materiais de eletrodo (carbono vítreo, prata, ouro); Alta sensibilidade; Muita seletividade; Excelente performance. * * Detector Amperométrico Fixo - DC 791 VA Detector * * Detector Amperométrico Pulsado Mesma técnica do potencial fixo – três eletrodos; Potencial passa por três etapas por leitura; Muito usado para analitos com alto poder de oxidação; Muito usado para análise de altos teores orgânicos. * * Bioscan Detector Amperométrico Pulsado - PAD * * Detector Amperométrico As células podem ser classificadas conforme o arranjo dos eletrodos e do fluxo do eluente: A célula pode possuir eletrodos de trabalho e referência móveis ou fixos. * * Célula Eletroquímica input output Eletrodo de trabalho (Au, Ag, Pt, GC) Eletrodo auxiliar Eletrodo de referência de estado sólido Wall – Jet para Bioscan * * CélulaEletroquímica Thin – Layer para Bioscan Possibilidade de trocar o eletrodo de trabalho para diferentes aplicações!! Eletrodo de GC Apenas modo DC Potencial do eletrodo de trabalho: Meio alcalino: - 1.50 V + 0.60 V Meio ácido: - 0.80 V + 1.30 V Aplicações: catecolaminas, aminas aromaticas ânions inorgânicos (nitrito, sulfeto ...) fenols vitaminas alguns aminoácidos Célula Eletroquímica * * Eletrodo de Au Potencial do eletrodo de trabalho: Meio alcalino: - 1.25 V + 0.75 V Meio ácido: - 0.35 V + 1.10 V Aplicações: mono-, di-, oligo- e polissacarídeos açúcares alcóolicos açúcares ácidos aminoácidos antibióticos Célula Eletroquímica Eletrodo de Pt Modos DC e PAD Potencial do eletrodo de trabalho: Meio alcalino: - 0.90 V + 0.65 V Meio ácido: - 0.20 V + 1.30 V Aplicações: álcoois e glicóis peróxido de hidrogênio hidrazina arsenito, hipoclorito Célula Eletroquímica Eletrodo de Ag Modos DC e PAD Potencial do eletrodo de trabalho: Meio alcalino: - 1.20 V + 0.10 V Meio ácido: - 0.55 V + 0.40 V Aplicações: haletos cianeto, sulfeto tiossulfato farmacêutica Célula Eletroquímica * * Célula Eletroquímica Célula eletroquímica Eletrodo de trabalho Eletrodo de referência Wall – Jet para 791 VA Recomendações preliminares Antes de iniciar o trabalho é necessário ter consciência de que o equipamento é bastante sensível. Portanto alguns cuidados devem ser respeitados para a obtenção de bons resultados, redução de manutenção e elevação da vida útil do equipamento e consumíveis. Água Para preparar eluentes e regenerantes, diluir amostras e padrões, e lavar a vidraria para cromatografia de íons é necessário o uso de água de alta pureza. A especificação de qualidade de água mais importante é a ASTM D1193-99 (Reagent Water Standard Specification), onde a água do Tipo I (Resistividade: min 18MOhm; Na: 1 ppb; Cl: 1 ppb; TOC: máx 10 ppb) é aceitável para o uso. Reagentes Ao comprar reagentes, dê preferência aos de alta qualidade e pureza. Interferentes presentes nos reagentes podem se concentrar na coluna provocando danos, muitas vezes dífíceis de se reverter. * * Amostras As amostras devem ser filtradas (0,45 μm) para evitar entupimento e danos no sistema; Diluição de amostras concentradas para evitar danos na coluna. * * Amostras Ultra-filtração (inline): amostras contendo material finamente particulado; Diálise: amostras com material emulsionado; Para um melhor desempenho, também podem ser efetuadas etapas com cartuchos especiais para remoção de certos compostos ou para neutralização. Vidrarias e ambiente de trabalho Bom resultados em baixas concentrações requerem laboratório limpo e eliminação de fontes de vapores (HCl, amônia, ac. acético e outros) que são interferentes; A vidraria deve ser muito bem lavada com várias porções de água ultrapura para eliminação de vestígios. * * Interpretação de resultados Principais informações de um cromatograma: * * Materiais de laboratório muito bem limpos Reagentes de alta qualidade Uso de água ultra-pura (18,2MOhms de resistividade), isenta de material orgânico e/ou particulado) Ambiente de trabalho isento de contaminações Amostras filtradas ou devidamente preparadas REQUISITOS PARA MELHORES RESULTADOS, MENORES GASTOS COM MANUTENCAO, MAIOR NUMERO DE INJECOES POR COLUNA * * Análise qualitativa AMOSTRA PADRÃO Comparação de cromatogramas da amostra e de uma solução padrão do analito suspeito * * Adição de padrão Amostra complexa: incerteza nos t’R medidos pode levar a identificação errônea Pico duvidoso? * * Adição de padrão Comparação com cromatograma da amostra dopada permite identificação mais confiável do pico desconhecido Confirma que existe este analito na amostra! * * Análise quantitativa Calibração externa: Solução contendo padrões de todas as substâncias a serem analisadas; Padrões em concentrações próximas à amostra; Condições analíticas devem ser as mesmas, inclusive o volume de injeção. * * Curva de calibração: Uma técnica comparativa de padrão em relação a amostra através da criação de equações de 1 ou 2 grau; Injeção de padrões de concentração conhecida; Recomendável a utilização de 3 a 5 pontos com repetibilidade (determinação da faixa de análise). * * Curva de calibração: Parâmetros da curva de calibração: * * Comparação dos cromatogramas: A freqüência do tempo de retenção e as diferentes áreas do pico podem ser constatadas através de uma sobreposição de cromatogramas * * Muito obrigado pela atenção! * * * * * * * * * * *