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A Era de Ouro (Autor: Fernando Mattos)
Mattos privilegia as explicações sobre a demanda. Atuação dos Estados Nacionais para garantir
pleno emprego e proteção de um contrato social para explicar a Era de Ouro.
O gasto público como proporção do PIB subiu muito no pós-guerra na década de 50, Reino
Unido, França e Alemanha tiveram gastos altos como o Estado de Bem-Estar que impediram
eles de voltar ao patamar do pré-guerra. Os EUA formam uma exceção, porque eles mantem
um patamar similar ou do pré-guerra. Esse aumento dos gastos no mundo foi causado em
parte pela difusão e força da ideologia Keynesiana.
O Estado era garantidor da paz social atenuando as diferenças de renda dentro da sociedade
gerindo as políticas econômicas de forma a minorar a volatilidade dos ciclos econômicos. O
Estado passou a ser um grande empregador. Setor público estava em alta (mais hospitais,
escolas, fundos de pensões, havia a necessidade de mão de obra e burocratas), graças ao
Estado empresário. Essa alta do setor público se contrasta com as privatizações disseminadas
na década de 80.
Na era de ouro (1945-1970) o Estado foi um agente poderoso de redução das desigualdades. A
redistribuição de renda através de taxação e transferências reduziu o hiato entre os 10% mais
ricos e 10% mais pobres. Até mesmo Inglaterra e a EUA que foram historicamente mais liberais
tiveram sucesso na redução das desigualdades. Os anos seguintes (final da década de 70 e
principalmente a partir de 80) a desigualdade passou a aumentar, os sindicatos perderam força
e o pleito de salários mais altos sofreu.
É criado a um consenso político no pós-segunda guerra, invariável independente de quem
estiver no poder, de que era necessário ter um contrato social que suavizasse desigualdades e
ajudasse no bem-estar geral da sociedade. Isso era quase uma unanimidade dentro do debate
político.
Texto: ‘Embedded Liberalism’ - Autor: Ruggie
Confere maior papel para atuação das forças de mercado em comparação às econômicas que
antes e durante a guerra estavam mais ainda com uma atuação importante do Estado (quase
um neoliberalismo, que é um termo cunhado ainda na década de tinta mais perde força e toma
cunhos pejorativos). O ‘Embedded-liberalism’ é um meio termo entre o liberalismo e a busca
de bem-estar social, todos ao redor do mundo eram unanimes em rejeitar o multilateralismo
sem barreiras defendido por importantes setores dos EUA. A tarefa era navegar entre esses
dois extremos que garantisse a estabilidade externa, sem deixar de lado a cooperação
internacional e o comércio. Diferente do multilateralismo defendido nos anos 30, tinham
segundo essa nova visão um liberalismo excessivo o ‘Embedded liberalism’, da Era de Ouro
ainda envolvia multilateralismo com interferência Estatal.
Texto: ‘The Golden Age of European growth reconsidered.’
Autor: Peter Temin
A crítica de Temin e que Eichengreen e Mattos explicam através de uma ótica de demanda o
crescimento dos países na Era de Ouro do pós-Guerra. Para Temin países relativamente mais
pobres cresceram mais porque tinham mais fatores de atraso relativo (Espanha e Portugal) ele
volta então naquela ideia de convergência relativa condicional e foca principalmente na
Europa, com clubes de convergência.
Os países da Europa tinham incompatibilidade entre sua realidade de nível de renda e
desenvolvimento e a quantidade de pessoas no campo no pós-guerra. Houve uma saída de
recursos do campo para indústria que foi maior onde o hiato de pessoas e recursos entre
campo e indústria (os recursos antes estavam muito concentrados no campo, principalmente
em países como Espanha e Portugal.)
Dúvidas que Temin tenta responder:
Porque a Era de Ouro não foi apenas um período de crescimento acelerado em todo mundo?
Porque as taxas de crescimento eram diferentes entre países e alguns conseguiram se
desenvolver enquanto outros ficaram pelo caminho?
Lado da Oferta (Temin) vs Lado da Demanda (Mattos e Eichengreen)
Alemanha teve um crescimento mais baixo que Espanha e Portugal justamente pelo lado da
oferta, desses fatores de atraso relativo. As explicações tradicionais não tocam no ponto da
diferença de crescimento em diferentes países graças a saída de recursos do campo para
indústria em maior volume.
Ele cita Eichengreen e sua explicação do contrato social pelo lado demanda dizendo que ela é
importante e interessante porem diz que essa visão não consegue explicar porque antes de
1950 você tinha uma proporção atípica de trabalhadores no campo na Europa Ocidental com
exceção da Inglaterra, mesmo com uma renda média alta e porque depois o fluxo para cidade
dessas pessoas foi tão importante.
A explicação de Temin para uma concentração no campo é de que período de desglobalização
durante a grande depressão e as duas guerras levou os países a se fecharem, permitindo que
mais pessoas permanecessem no campo de forma a suprir tudo aquilo que esses países
fechados precisavam para sobreviver, mas quando a guerra acaba tirando Inglaterra que já
tinha esgotado sua capacidade no campo houve um imenso fluxo do campo para a cidade que
permitiu crescimento.
Interpretações da era de ouro: algumas explicações enfatizam muito as instituições e o estado
de bem estar social (texto do Mattos), outro conjunto de explicações enfatizam mais as
questões de oferta (texto do Temin).
Continuação do texto do Temin (a partir da página 12 do texto – página 10 do pdf)
Testando as 3 hipóteses:
1)
2)
3) desenvolvimento interropido (ideia mais cara ao Peter Temin): excesso de mão de obra na
agricultura.
Metade da explicação da variação da taxa de crescimento econômico depois da guerra se
explica pelo fato de os países terem uma proporção muito grande de sua mão de obra
trabalhando no campo, segundo Peter Temin
“The Golden Age of Economic Growth ended when this disequilibrium was eliminated, that is,
when the share of the labour force in agriculture approached its equilibrium level.”
“I return now to the three questions posed at the beginning of this article. First, why was
growth so rapid in Western Europe during the Golden Age of Growth? The answer is
disequilibrium. The normal catch-up that works in general was not important right after the
war, but other kinds of disequilibrium were. The most important of these was the misallocation
of resources that came from the lack of international trade during the preceding thirty years. In
this state of arrested industrialisation, too many resources still were employed inefficiently in
agriculture. The institutional factors cited by Eichengreen (1996) helped create the needed
demand; reallocated labour rapidly enhanced the supply.
Second, why did different countries grow at different rates during the Golden Age? They grew
at different rates during the Golden Age because of their initial position. National policies had
secondary effects relative to countries’ initial position. Labour relations were tumultuous in
both Italy and Britain, but Italy grew rapidly while Britain did not. At the least, policies of the
time have been blamed for events outside the control of policymakers. In addition, some of the
bitterness of policy in slowlygrowing Britain may have been the result of slow growth instead of
its cause.
Third, why did the rapid growth come to an end? Growth slowed in the 1970s and 1980s
because the disequilibrium that had generated unusually rapid growth no longer existed. The
developmental deficit of a generation was eliminated in a generation. The Common
Agricultural Policy may have kept some excessive labour in agriculture, but the misallocation of
resources had ceased to be a large macroeconomic issue by the time of the oil crises. These
crises muddied the historical waters, confusing short-run and longrun factors. It is only with the
hindsight of another thirty years that we can see that while the oil crises were disruptive, the
slowdown of growth would have taken place even if they had not occurred.”
Recessão, Crise daDívida e Recuperação Econômica: os anos 80
DINHEIRO EM MOVIMENTO (Robert Solomon)
Capítulo 1: comportamento do dólar americano
Crise do petróleo choque negativo de oferta nos países pressão inflacionária bancos
centrais entram intervindo estagflação
Na década de 1970 a inflação era mais alta do que na década de 1960 nos EUA, na Europa e no
Japão. Nessa época, o crescimento real do PIB per capita diminuiu e o desemprego aumentou
nesses países.
O dólar vinha se depreciando desde Bretton Woods, o que acabou gerando uma pressão
inflacionária dentro dos EUA. Com a recessão vinda no governo Regan, o dólar passou a se
apreciar.
OBS: Déficits gêmeos
De que forma uma reação dura dos EUA quanto a inflação, que significou um aumento da taxa
de juros nos EUA, teve efeitos de segunda e terceira ordem nos outros países?
As eleições de Regan dão início a uma virada liberal ou neoliberal na economia mundial, que
difere daquele panorâma Keynesiano que foi implatado em Bretton Woods. Note que antes de
Reagan não existia ninguém que defendesse a abertura do fluxo de capitais como havia gente –
como David Ricardo – que defendia a abertura comercial. A abertura ao fluxo de capitais
causou uma desestabilização na economia americana e depois nos países subdesenvolvidos.
Regan foi eleito em 1981 e a Tatcher foi eleita em 1979.
Na quinta feira o Villela vai entrar no capítulo 2, ele parou na página 21.