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APOSTILA 5ª AULA - DIREITO ADMINISTRATIVO I

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Enviado por joão henrique salazar em

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ATO ADMINSTRATIVO
Conceito 
Atos Administrativos Vinculados e Discricionários
Atributos
Requisitos / Elementos
Classificação 
CONCEITO
É toda medida editada pelo Estado, por meio de seus representantes, no exercício regular de suas funções, ou por qualquer pessoa que detenha, nas mãos, fração de poder delegada pelo Estado, que tem por finalidade imediata criar, reconhecer, modificar, resguardar ou extinguir situações jurídicas subjetivas, em matéria administrativa. (José Cretella Júnior).
 
É toda manifestação unilateral de vontade da Administração Pública que, agindo nessa qualidade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos, ou impor obrigações aos administrados ou a si própria. (Hely Lopes Meirelles).
O ato administrativo é a manifestação da vontade da Administração, e através dele, se pode criar uma obrigação ao particular. Podem criar, extinguir, ou modificar direitos, independentemente do consentimento do particular. Expressam resultado da imperatividade - administração interferindo na esfera do particular.
Dentre a gama de atos que a administração pratica, nem todos são atos administrativos. Há atos regidos pelo D. privado (Ex locação de prédio para repartição pública), atos materiais (fatos administrativos, como ocorre com a morte de um funcionário público que produz a vacância do cargo ), atos políticos. 
DIFERENÇAS ENTRE ATOS VINCULADOS E DISCRICINÁRIOS
Quanto à liberdade do administrador, o ato pode ser discricionário ou vinculado. A vinculação e a discricionariedade dizem respeito ao poder do administrador. 
Atos Vinculados
São aqueles para os quais a lei estabelece os requisitos e condições de sua realização
Desatendido qualquer requisito, compromete-se a eficácia do ato praticado, tornando-se passível de anulação pela própria Administração, ou pelo Judiciário, se assim o requerer o interessado 
Impõe-se à Administração o dever de motivá-los, no sentido de evidenciar a conformação de sua prática com as exigências e requisitos legais 
Atos Discricionários
São os que a Administração pode praticar com liberdade de escolha de seu conteúdo, de seu destinatário, de sua conveniência, ou de sua oportunidade e do modo de sua realização 
Ao judiciário é defeso examinar o mérito do ato administrativo discricionário
Discricionariedade significa, assim, o poder de escolha do administrador, com base em juízo de conveniência e oportunidade, poder este facultado pela lei. 
ATRIBUTOS
Os atos administrativos possuem atributos que os distinguem dos atos de Direito privado que são: 
Presunção de legitimidade e veracidade: Presume-se, até prova em contrário que os atos administrativos são verdadeiros e foram emitidos com observância da lei. A presunção de veracidade diz respeito aos fatos: presumem-se verdadeiros os fatos alegados pela administração.
 
Imperatividade: é a qualidade que certos atos administrativos têm para constituir situações de observância obrigatória em relação aos seus destinatários, independentemente da respectiva concordância ou aquiescência.
	Decorre da prerrogativa que tem o Poder Público de, por meio de atos unilaterais, impor obrigações a terceiros 
	Esse atributo não existe em todos os atos administrativos, mas somente naqueles em que se impõem obrigações 
	Quando se trata de ato que confere direitos solicitados pelo administrado (como na licença, autorização, permissão, admissão) ou de ato apenas enunciativo (certidão, atestado, parecer) esse atributo inexiste.
Auto-executoriedade: é o atributo pelo qual o ato administrativo pode ser posto em execução pela própria administração pública, sem necessidade de intervenção do poder judiciário; 
	Não existe em todos os atos administrativos. Ela só é possível: 
Quando expressamente prevista em lei. Ex: Em matéria de contrato a Administração Pública dispõe de várias medidas auto-executórias, como a utilização dos equipamentos e instalações do contratado para dar continuidade à execução do contrato.
Quando se trata de medida urgente que, caso não adotada de imediato, possa ocasionar prejuízo maior para o interesse público; a demolição de um prédio que ameaça ruir.
 
Tipicidade: (Maria Sylvia Di Pietro) É o atributo pelo qual o ato administrativo deve corresponder a figuras previamente definidas em lei como aptas a produzir determinados resultados. Para cada finalidade que a Administração pretende alcançar existe um ato definido em lei. Esse atributo somente existe com relação aos atos unilaterais; não existe nos contratos porque, com relação a eles, não há imposição de vontade da Administração, que depende sempre da aceitação do particular.
Exigibilidade : (Diógenes Gasparini) É a qualidade do ato administrativo que impele o destinatário à obediência das obrigações por ele impostas, sem necessidade de qualquer apoio judicial.
	Esse atributo visa induzir o administrado a obedecer os ditames do ato, impondo multas ou outras penalidades administrativas no caso de seu descumprimento. São os chamados meios indiretos de coerção e vêm sempre definidos em lei. 
	Exemplo: as determinações para que o particular construa muro no alinhamento da rua ou pode árvores cujos galhos ameaçam a segurança da rede elétrica são atos portadores desse atributo. Com efeito, a não-execução do muro ou a não realização da poda ensejam à Administração Pública a possibilidade de multar o administrado desobediente, sem necessitar do prévio reconhecimento desse direito por parte do Judiciário 
	Observe-se que não pode a Administração Pública, fundada nesse atributo do ato administrativo, compelir materialmente o obrigado a executar referidas obrigações. Nesse particular a exigibilidade diferencia-se da auto-executoriedade do ato administrativo.
REQUISITOS/ELEMENTOS
	
São: a competência, forma, finalidade, motivo e o objeto
Competência: equivale à capacidade - poder legal para praticar o ato. É parcela de poder (só é competente quem pode, e não quem quer). A competência resulta da lei e é por ela delimitada.
A competência administrativa, sendo um requisito de ordem pública, é intransferível e improrrogável pela vontade dos interessados. Pode, entretanto, ser delegada ou avocada, desde que o permitam as normas reguladoras da administração.
 
Forma: é o modo pelo qual se instrumenta e se dá a conhecer a vontade administrativa. É a maneira pela qual o ato se exterioriza.
Normalmente, os atos administrativos obedecem a forma escrita. Isso não impede que em certas ocasiões, sobretudo para atender a circunstâncias de urgência, como se dá em um caso de dissolução de passeata, essa ordem se expresse através de apitos, de sinais ou mesmo de ordens verbais. 
No direito administrativo a forma há de ser a prevista em lei, salvo situações excepcionais.
Finalidade: É o objetivo de interesse público a ser atingido. A relação administrativa é dominada pela finalidade legal. 
A finalidade é elemento vinculado de todo ato administrativo, ainda que seja ato discricionário. 
A alteração da finalidade expressa na norma legal ou implícita no ordenamento da Administração caracteriza o desvio de poder. 
Motivo : ou causa é o pressuposto de fato e de direito que autoriza a prática do ato. São os fatos que levam a administração a praticar um determinado ato. Por exemplo, o motivo da demissão foi o funcionário ter praticado a falta “x”. 
O motivo, como elemento integrante da perfeição do ato, pode vir expresso em lei (vinculado) como pode ser deixado ao critério do administrador (discricionário). 
Tratando-se de motivo vinculado pela lei, o agente da administração, ao praticar o ato, fica na obrigação de justificar a existência do motivo, sem o quê o ato será inválido ou, pelo menos, invalidável, por ausência de motivação 
Quando, porém, o motivo não for exigido para a perfeição do ato, fica o agente com a faculdade discricionária de praticá-lo sem motivação, mas,
se o fizer, vincula-se aos motivos aduzidos, sujeitando-se à obrigação de demonstrar sua efetiva ocorrência. 
É o que alguns doutrinadores chamam de TEORIA DOS MOTIVOS DETERMINANTES: A Administração sempre fica vinculada aos fatos que motivam o ato. A declaração dos motivos cria uma relação entre estes e o ato. Surgirá, então, vinculação, quando houverem motivos para o ato, sejam eles exigidos ou não por lei. 
Objeto: É aquilo que o ato determina, ou seja, o que o ato cria, modifica, resguarda ou extingue na ordem jurídica. É, pois, o efeito jurídico produzido pelo ato. Conforme o seu teor poderá ser um ato de demissão, de desapropriação etc . 
O objeto ou conteúdo deve ser certo, lícito e materialmente possível, e, modernamente, o objeto do ato administrativo de ser também moral .
OUTROS REQUISITOS/ELEMENTOS RELEVANTES
O ato administrativo possui, ainda outros dois aspectos relevantes: Mérito e Legalidade 
MÉRITO: o mérito dos atos administrativos tem implicações com o motivo e objeto do ato pois afetam suas condições de validade e eficácia . 
É que o mérito administrativo consubstancia-se na valoração dos motivos e na escolha do objeto do ato, feitas pela Administração incumbida de sua prática, quando autorizada a decidir sobre a conveniência, oportunidade e justiça do ato a realizar 
Nos atos vinculados não há falar em mérito, visto que toda a atuação do Executivo se resume no atendimento das imposições legais . 
Restringe-se aos juízos de conveniência e oportunidade. Não faz parte da legalidade. Relaciona-se ao poder discricionário, ao como praticar o ato (lugar, quando, justiça do ato, etc). 
LEGALIDADE: é todo o resto do ato, seus requisitos (competência, forma e finalidade - são requisitos sempre vinculados à lei) . 
CLASSIFICAÇÃO
QUANTO AOS DESTINATÁRIOS:
Gerais ou regulamentares: São atos de comando abstrato e impessoal, semelhantes aos da lei, e, por isso mesmo, revogáveis a qualquer tempo pela Administração Pública. 
Exemplos: regulamentos, instruções normativas .
Prevalecem sobre atos individuais, ainda que provindos da mesma autoridade. 
Individuais ou especiais: são todos aqueles que se dirigem a destinatários certos, criando-lhes situação jurídica particular . 
Exemplos: Decretos de desapropriação, de nomeação, de exoneração . 
Quando geram direitos adquiridos tornam-se irrevogáveis, como já reconheceu o STF e o declarou na Súmula 473. 
Nos demais casos podem ser revogados ou modificados conforme exija o interesse público, desde que a Administração indenize o prejudicado, se for o caso. 
QUANTO A SITUAÇÃO DE TERCEIROS:
 
Internos: são os destinados a produzir efeitos no âmbito das repartições administrativas, e por isso mesmo incidem, normalmente, sobre os órgãos e agentes da Administração que os expediram . 
Não geram direitos subjetivos aos destinatários, razão pela qual podem ser revogados ou modificados a qualquer tempo. 
Não dependem de publicação no órgão oficial para sua vigência, bastando a cientificação direta aos destinatários ou a divulgação regulamentar da repartição.
 
Externos: são todos aqueles atos administrativos que alcançam os administrados, os contratantes e, em certos casos, os próprios servidores, provendo sobre seus direitos, obrigações, negócios ou conduta perante a administração . 
QUANTO A FORMAÇÃO DA VONTADE PRODUTORA DO ATO:
 
Simples: à formação do ato exige-se a manifestação de vontade de um único órgão, singular ou coletivo.
 
Complexos: concorre para a formação do ato a manifestação de vontade de mais de um órgão.
 Compostos: requer uma segunda manifestação de vontade, não para a formação do ato, mas apenas para dar-lhe eficácia Exemplo: homologação, visto, etc.

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